Friday, February 16, 2007


Ao pensar num post, para colocar aqui, nada me ocorria… Dou por mim a fazer a seguinte reflexão: ás vezes pesa-nos demasiado o peso da responsabilidade, sentimo-nos incapazes…
Mas nós temos que ser sempre invulneráveis, super heróis, invencíveis, magníficos?...
Por vezes tenho medo de mostrar a minha debilidade. Mas para estar em comunhão com Deus, ou para viver o evangelho, basta colocar a nossa debilidade em cima para que ele faça dela fortaleza.
Ele trabalha-nos a partir da nossa debilidade. Para isso devemos deixar que o nosso barro frágil se encha da sua palavra, basta deixar que a sua luz ilumine a nossa fragilidade, e assim no mundo que nos rodeia brilhará a esperança…
Olhem foi o que saiu hoje…
Para a próxima sai melhor…

Saturday, February 10, 2007

Devemos aceitar o aborto?

Não resisto a publicar neste espaço um trabalho apresentado numa aula de filosofia por uma amiga, de apenas 16 anos, a Joana…
Obrigado Joana por tudo aquilo que me ensinas, e por tudo aquilo que és para mim e para os nosso amigos…

Numa época recheada de discussões e controvérsias, onde cada um tem algo a dizer, esta pergunta é aquela que mais tem surgido, no nosso dia-a-dia. As possibilidades de resposta, embora claras, parecem gerar um conflito de valores, e uma grande distinção entre posições políticas, éticas, económicas. Chega-se até a gerar um pequeno conflito entre gerações e vivências, algo que não é surpresa, uma vez que, estamos perante um tema mais ou menos recente que pode não ser de fácil aceitação por parte de pessoas mais conservadoras. Sendo assim, as opiniões dividem-se.
A pergunta é mais do que clara. O acto de abortar consiste na interrupção da gestação de um feto, seja por morte súbita deste (causada por algum factor imprevisível) ou pela provocação da mesma, extraindo o ser do útero materno. Ora, devemos nós permitir que esta última opção seja realizada? Devemos nós permitir que se provoque o aborto?
Ao interromper uma gravidez, estamos a impedir a gestação de um ser humano. Ser este que, sendo inocente, frágil e indefeso não tem por onde se defender. E nem pode, de todo, escolher o direito à vida, a um crescimento feliz (e não confundamos felicidade com posse de bens materiais) e a uma passagem terrena como aquela da qual qualquer um de nós está a usufruir. Ora interromper a vida, não é mais do que suspendê-la. Matar é suspender a vida. O aborto é a morte e abortar é matar.
Caberá a qualquer pai ou mãe, decidir sobre a vida de um filho? Terão os pais daquelas crianças assassinadas por eles mesmos, uma posse total sobre elas, que lhes justifique o acto macabro que praticaram?
Não. Ninguém é pertença de ninguém. E isto prova-o o livre arbítrio com que fomos presenteados, pela nossa existência racional. De facto, os nossos pais, professores e educadores, têm uma missão: a de nos transmitir valores saudáveis e úteis para a nossa vida. Mas isto não faz com que lhes pertençamos e, consequentemente, não lhes dá o direito de decidir por nós e em relação a nós. Não, o papel de um pai ou de uma mãe não passa por escolher a vida ou morte do seu filho.
Sendo assim, não é aceitável que se diga que só cabe a cada pai/mãe decidir sobre a legitimidade ou ilegitimidade do aborto que pretende ou não provocar.
Também se tem por costume recente, a tentativa de adivinhação sobre a data na qual começa a vida. Será aos 2, aos 10, aos 12 meses? Será no dia anterior ao nascimento, ou no dia a seguir á concepção? Será que a vida começa a meio da gestação ou apenas quando bate o músculo cardíaco? Quando há vida? Sabemos que tudo começa por uma probabilidade. O facto de sermos como somos, fisicamente, foi-nos ditado no dia em que um óvulo foi penetrado por um espermatozóide, seleccionado ao acaso. Aí se deram as necessárias alterações e configurações para que, de uma coisa tão pequena, surgisse o que somos hoje. Ora, nesse dia, não estávamos nós presentes nesse ovo?
Certo que, psicologicamente, ainda não (uma vez que, até ao último dia, estaremos sujeitos a alterações na nossa forma de ser e de estar), mas fisicamente, não éramos nós? Merecemos a vida e estamos a vivê-la. Lutemos por quem, como nós, tem direito a esse milagre. Impeçamos o aborto, não o aceitemos.