Como qualquer cidadão português, eu gosto de vinho. Se por acaso não gosta devia de gostar! Mas para ter bom vinho é preciso cuidar da vinha.
Um dia destes o meu pai, um ancião de 80 anos pediu-me para lhe ajudar a podar as videiras e arranjá-las, atá-las, etc.
Andava com ele e veio-me este pensamento à cabeça: estamos em tempo de Quaresma. Pensando bem a Quaresma é um tempo de poda. Com o meu pai, podamos as ramas mortas, que impediam a árvore de crescer. Na nossa vida também é preciso fazer grandes cortes, isto é, grandes podas, mas usando a linguagem espiritual, grandes renúncias. É preciso dar um passo mais adiante na vida, com sabedoria e força.
Meus amigos, nem sempre é fácil, eu nem sempre consigo renunciar. São várias as razões: o medo de perder, o medo de ser criticado, o medo de não ser entendido e consequentemente ser rejeitado.
Nesta experiência, o meu pai ensinou-me que nem tudo se pode podar, cortar, não se pode cortar de qualquer maneira. É preciso saber escolher e depois cortar, para não fazer estragos.
A Quaresma é um tempo propício para isto. É uma ocasião privilegiada para olhar a própria vida.
Peçamos a Deus a luz para nos despojarmos dos ramos secos… que essa luz nos converta, muitas vezes em árvore frondosa que dá sombra aquele que passa pelo caminho no final do seu dia…
Vale a pena pensar nisto… porque é Quaresma…
Boa Quaresma para todos.