Friday, March 31, 2006


Bom dia amigos…
Hoje decidi ir a pé da casa de Santa Maria à Igreja de São Tiago onde celebro todos os dias eucaristia às 8:00H. Habitualmente vou de carro, pois gosto muito de dormir e levanto-me sempre à última, mas hoje, não sei como, levantei-me mais cedo do habitual. Aproveitei a manhã solarenga e fui a pé, até me faz bem, pois preciso andar muito a pé e nem sempre dá.
Mal saí do pátio da casa, um cheiro nauseabundo me intoxicava…
Tive que sair do passeio e ir pelo centro da rua. No passeio era impossível. De repente lembrei-me que ontem foi quinta-feira dia da emancipação dos adolescentes, mais conhecidos por “brigada das borbulhas”. Fez-me lembrar uma canção da nossa amiga e saudosa Amália Rodrigues, onde diz que quando não sabemos beber, o vinho em excesso não nos deixa fazer a perpendicular. Pois é, o chão estava todo vomitado. Foi dia de jantares de turma e consequente saída. Gosto muito dos jovens, mas tenho pena deles. Passam o tempo em aulas e depois em explicações, não tem tempo para estar com os pais, onde se aprende a beber a conversar e outras coisas…
Hoje também tem inicio as famosas viagens de finalista, e como a tradição neste aspecto não muda vão para Loret, oito dias…, beber muito, curtir e cumprir o mesmo ritual que os seus colegas dos anos anteriores já cumpriram. Ficam mal instalados, comem mal, mas insistem sempre…
Onde vão parar estes miúdos?
Que estamos nós, geração adulta, a fazer dos nossos jovens?
Nós mais velhos falemos-lhes de outras coisas, e por que não em tempo de Quaresma de Deus?...

Wednesday, March 29, 2006

Ser simples...



Ser simples é muito mais do que não ser complicado. É ser verdadeiro, é prestar atenção, é ouvir com o coração e é falar sem pretender ter sempre razão. Só uma pessoa simples é capaz de estar na vida para os outros e pelos outros, e consegue fazê-lo sem se perder no essencial.
Laurinda Alves




Esta frase da Laurinda Alves tocou-me de uma forma especial nesta manhã. Quero partilha-la convosco… Bom dia para todos

Saturday, March 25, 2006

De onde virá para Julgar?...

No credo que rezamos (a fé que professamos todos os domingos) todos os domingos afirmamos que Cristo virá para julgar os vivos e os mortos. Hoje ao preparar a homilia deparo-me com esta pergunta: virá para julgar os vivos e os mortos… mas virá de onde?... A maioria responderia, é obvio que virá do céu!...
Antes de subir ao céu, Jesus prometeu que estaria sempre connosco até ao fim dos tempos, por isso não é preciso esperá-lo. Ele está connosco.
Por isso penso que o seu julgamento não deve ser entendido a partir do céu. A resposta está no Evangelho deste fim-de-semana. É uma autêntica surpresa: é da cruz que Cristo Julga o mundo. Parece um autêntico escândalo, mas, esta é a verdade que transforma a nossas vidas. “Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus”.
É com Cristo crucificado que nos devemos confrontar, porque só Ele diz a verdade acerca das escolhas que fazemos diariamente. Não tenhamos medo de nos deixarmos confrontar pela cruz: “Deus enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele

Rembrandt - Jesus on the Cross - 1631


Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho unigénito, para que todo o homem que acredita nele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou em nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más acções odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus.

Jo 3,14-21


Wednesday, March 22, 2006

Dia mundial da água


«Se alguém tem sede, venha a mim; e quem crê em mim que sacie a sua sede! Como diz a Escritura, hão-de correr do seu coração rios de água viva.»
Jo. 7, 37-38

Hoje celebramos o dia mundial da água. Ao pensar nesta palavra, veio-me à mente vários pensamentos: a seca que o nosso país viveu e está a viver apesar das gotas abundantes que têm caído nos últimos dias; as campanhas que por estas ocasiões, nos entopem os ouvidos, toda a gente fala de água, e certamente mete água… é assim o nosso povo, quando o vazio é grande temos que criar dias para nos lembrarmos. Se neste dia nos lembrarmos que devemos gerir bem este precioso dom que Deus nos deu já não é mau. Mas será que o consideramos um dom de Deus para administrarmos com amor? Fica a interrogação.
Mas lembrou um outro aspecto que partilho também.
Lembrou-me o Baptismo. O Baptismo é mergulhar, é imersão. Se é este o significado da palavra, porque é que o rito que nós fazemos não passa de uma “molhadela” na testa em pias baptismais secas? Se o baptismo é o afogamento do pecado, ele é afogado na verdade num simples copo de água? Também aqui aos ritos cristãos chegou a crise!

Tuesday, March 21, 2006

Dia mundial da poesia - homenagem a um amigo especial


Hoje é dia mundial da poesia! Confesso que não sou muito apreciador de poesia. Que vergonha dirão uns, mas é mesmo verdade!... Prometo mudar no futuro este meu vazio. Mas hoje quero aqui homenagear, por ser dia mundial da poesia um grande amigo, que à pouco tempo nos deixou. Não é um poeta mundialmente conhecido, era um ancião simples, humilde discreto, por isto e por tudo o resto que fica por dizer um grande homem e padre.

Monsenhor Alfredo Serra de Magalães

Aqui deixo um simples poema que me tocou neste dia.

Ressurreição
Que paz eu sinto, aqui, serena e calma
encher meu coração de paz faminto!
A própria dor atroz já não a sinto,
sentido, assim, serena, a minha alma.

Quando mais choro, mais a dor se acalma.
Quando mais sofro, maior bem pressinto,
Bendita dor que tão suave sinto!...
Bendita paz, imorredoira palma!...

Que encantos tem a dor, que louco brio,
ou que prazer estranho irá causando,
que até na dor se pode estar cantando?!

A dor é louca, em si, causa arrepio…
Mas o que a faz amada e apetecida,
é sabermos ser ela a mãe da vida.
Alfredo Magalhães

Obrigado amigo por tudo o que me deixaste e ensinaste. Daqui desta terra e deste mundo de sofrimento que espera pela ressurreição e que acredito que já contemplas te envio um forte abraço.

Monday, March 20, 2006

São José Esposo da Virgem Maria

Evangelho segundo S. Mateus 1,16.18-21.24.

Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo. Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo. José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente. Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.» Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa.

De um comentário de João Paulo II
Redemptoris Custos, 25-26

O mesmo clima de silêncio, que acompanha tudo aquilo que se refere à figura de José, estende-se também ao seu trabalho de carpinteiro na casa de Nazaré. Trata-se de um silêncio que desvenda de maneira especial o perfil interior desta figura. Os Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José «fez»; no entanto, permitem-nos auscultar nas suas «acções», envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava quotidianamente em contacto com o mistério «escondido desde todos os séculos», que «estabeleceu a sua morada» sob o tecto da sua casa. Isto explica, por exemplo, a razão por que Santa Teresa de Jesus, a grande reformadora do Carmelo contemplativo, se tornou promotora da renovação do culto de São José na cristandade ocidental.
O sacrifício total, que José fez da sua existência inteira, às exigências da vinda do Messias à sua própria casa, encontra a motivação adequada na «sua insondável vida interior, da qual lhe provêm ordens e consolações singularíssimas; dela lhe decorrem também a lógica e a força, própria das almas simples e límpidas, das grandes decisões, como foi a de colocar imediatamente à disposição dos desígnios divinos a própria liberdade, a sua legítima vocação humana e a felicidade conjugal, aceitando a condição, a responsabilidade e o peso da família e renunciando, por um incomparável amor virgíneo, ao natural amor conjugal que constitui e alimenta a mesma família».
(De um comentário de João Paulo II
Redemptoris Custos, 25-26
)


Esta submissão a Deus, que é prontidão de vontade para se dedicar às coisas que dizem respeito ao seu serviço, não é mais do que o exercício da devoção, que constitui uma das expressões da virtude da religião [segundo S. Tomás de Aquino].

Friday, March 17, 2006

Recorda... Eu Sou o teu Senhor

Jesus expulsa os vendilhões do templo - Jacob Jordaens. 1650



Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém.
Encontrou no templo os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados às bancas.Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas; e disse aos que vendiam pombas: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio». Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa». Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe: «Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?»
Jesus respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei».
Disseram os judeus: «Foram precisos quarenta e seis anos para se construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?»
Jesus, porém, falava do templo do seu corpo.
Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e nas palavras que Jesus dissera. Enquanto Jesus permaneceu em Jerusalém pela festa da Páscoa, muitos, ao verem os milagres que fazia, acreditaram no seu nome.
Mas Jesus não se fiava deles, porque os conhecia a todos e não precisava de que Lhe dessem informações sobre ninguém: Ele bem sabia o que há no homem. (Jo 2,13-25)


Impressiona-me a última frase do evangelho: Jesus não confiava neles porque os conhecia todos e sabia o que há em cada homem…
As pessoas que se aproximavam dele não se aproximavam atraídas pela sua mensagem libertadora, mas porque gostavam de ver prodígios, espectáculo. A fé que precisa de ver, de verificar obras extraordinárias, é fraca, frágil. Jesus não poderia confiar, nem mesmo hoje, em quem o procura como fazedor de milagres. A verdadeira fé consiste em aceitar tornar-se, juntamente com Ele, pedras vivas do novo templo, e em imolar a própria vida pelos irmãos.



Templos profanados.

Uma vítima inocente é um deicídio,
Um menino faminto é uma blasfémia,
Uma mulher violada é uma profanação,
Uma tortura física ou psicológica é um sacrilégio,
Um drogado é um templo derrubado,
....
....
Diante destas realidades não deveríamos gritar levantando
legitimamente a placa da liberdade, da justiça, do amor...?

Thursday, March 16, 2006

Regresso do filho pródigo


“Feliz o homem que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos…”
Hoje tocou-me de forma particular esta frase do salmo da liturgia das horas. O Temor de Deus fundamenta-se no amor e atinge a sua plenitude no exercício da perfeita caridade. O nosso amor a Deus leva-nos a seguir os seus conselhos, a viver os seus mandamentos, a confiar nas suas promessas. Muitos são os caminhos do Senhor, Ele próprios é o caminho, diz-nos S. Hilário. Temos, portanto, que examinar e avaliar muitos caminhos, para encontrarmos, o único que nos leva à vida eterna.

Hoje na minha Diocese começa mais um curso de Cristandade de Homens (16-19 de Março), onde eu vou também participar e colaborar directamente. A todos os que por aqui passarem desafio a uma oração pelo bom funcionamento e fruto do curso. Para que aqueles que o fazem pela primeira vez, encontrem o caminho libertador e amoroso de Deus.
O curso de cristandade, não é um banho de espiritualidade que, convém tomar de vez enquanto para aliviar o stress produzido pelo mundo tão complicado onde temos que viver. O curso de cristandade vai directo à medula, ao miolo do homem para que descubra que é Pessoa e como tal tem capacidade de decidir de uma forma acertada e constante a vida que quer viver.

Tuesday, March 14, 2006

“A esperança olha o positivo da pessoa, em vez de lhe cantar o negativo. Descobre o que se pode fazer, em vez de se lamentar com a impossibilidade; a esperança acende velas, em vez de praguejar contra a escuridão. A esperança abre portas onde o desespero as fecha.” James Keller
Apetece-me abrir a janela e gritar em alta voz esta frase de James Keller, para eu próprio me convencer de quanto ela é verdadeira. Bom dia e bom trabalho para todos.

Sunday, March 12, 2006

Ainda estou a aprender a trabalhar com esta nova realidade.
O Zé Henrique amigo e confidente, ajudou-me nesta terrivel tarefa de criar um blog
Zé Amigo, obrigado