Thursday, November 30, 2006

Sabermo-nos, sentirmo-nos, somos amados...


Vamos iniciar um tempo forte, lindo, em fim um tempo de esperança. Vamos iniciar o tempo de advento.
Todos os anos é assim... Mas, este ano iniciemo-lo ainda com mais esperança, com mais força.
Preparamos a vinda do salvador. O Deus que quer estar muito próximo de nós. O Deus que nos ama. Por isso devemos saber-nos, sentir-nos, somos amados.
No coração da nossa vida ali onde se enraíza o que somos, o que sentimos, o que nos motiva a viver e a caminhar, está uma experiência de amor. Está o encontro com um Deus cuja palavra, cujo, o olhar para nós, cuja atenção é incondicional, abrasa, acolhe e envia. Isto nos faz fortes…
Este tempo de advento é um tempo forte de oração, um desafio a deixarmo-nos aconchegar nos braços de um Deus que nos protege e nos guia. Um convite a escutarmos uma palavra que, quando cai fundo em nós, se converte em fonte de confiança e de plenitude…
Um advento de esperança para todos os que por aqui passarem…

Friday, November 24, 2006

Carroça vazia…

Em homenagem à minha "prima" e AMIGA Célia Tereso, publico esta história, que ela partilhou comigo. Obrigado Célia… Um beijinho para ti.

Certa manhã, o meu pai, homem muito sábio, convidou-me a dar um passeio pelo bosque, eu aceitei com prazer.
O meu pai deteve-se numa clareira e depois de um pequeno silêncio perguntou-me:
Além dos pássaros, ouves mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos durante alguns segundos e respondi:
Oiço um barulho, parece ser de carroça...
Isso mesmo! disse o meu pai, é uma carroça vazia.
Uma carroça vazia? Perguntei ao meu pai:
Como é que sabes que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
O meu pai respondeu-me. É muito fácil saber que uma carroça está vazia, pelo barulho.
Quanto mais vazia a carroça está mais barulho faz.
Cresci, e até hoje, quando vejo uma pessoa a falar demais, a gritar, no sentido de intimidar, a tratar os outros com arrogância, a ser prepotente, interrompendo constantemente as conversas, querendo demonstrar que é dono da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir novamente a voz do meu pai a dizer-me: “Quanto mais vazia a carroça está, mais barulho ela faz…
Hoje vale a pena pensar nisto…

Thursday, November 16, 2006

Tendo chegado ao Horeb, Elias passou a noite numa caverna, onde lhe foi dirigida a palavra do Senhor: «Que fazes aí, Elias?» (1Re19)

Não devemos ter medo de partilhar as nossas emoções, os nossos sentimentos. Ultimamente assumo que ando muito cansado e até mesmo tristonho. Porquê? Não consigo responder a esta simples pergunta. Faz parte da minha personalidade. Algumas vezes refugio-me em mim, no meu silêncio, e não consigo perceber o que tenho.
Hoje a partir de uma passagem do livro dos Reis, e com a ajuda de alguns textos de apoio saiu esta reflexão.
Pode ser a tua voz que me envolve quando, no silêncio, sinto que não estou só.
Quando estremecem as minhas entranhas por ver a imagem dolorosa de alguém que sofre, e no meu íntimos ressoa: “é teu irmão”.
É essa emoção que em alguns momentos me leva a pensar no teu evangelho.
É esta inquietude que me impede fechar os olhos diante do mal, ainda que por vezes quisesse fazê-lo ou esquecer-me de tudo.
A alegria sensível, que por vezes faz com que se dissipem as trevas em que eu mesmo me encontro.
A Tua presença acompanha-me.
É esse espírito que me dá forças quando estava a ponto de render-me.

Alguma vez senti Deus, presente, a partir do meu silêncio?

Tenho na minha vida espaço para rezar?

Thursday, November 09, 2006



"Senhor quando é que te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? E quando é que te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?’" Mt. 25

No seguimento do anterior…

Às vezes não me dou conta da como me falas em mil detalhes: o “como estás?” cheio de carinho dos meus pais ao telefone.
O “vamos” de um amigo que me vê abatido, e me quer fazer que não estou só.
O “por favor” de quem me pede ajuda e recorda-me que que sou válido.
O “oxalá” de quem partilha comigo os seus desejos, os seus sonhos, e assim de forma simples me desafia a acreditar e a sonhar.
O riso jovial e despreocupado de quem, por um momento, me contagia com a sua alegria.
A poesia que me sugere a beleza da tua criação.
O protesto de quem denuncia o injusto, e ao fazê-lo recorda-me a tua mensagem de Bem-aventurança.
Em tantas outras me falas….

Em que palavra me fala Deus?...

Saturday, November 04, 2006

A leitura do evangelho deste fim de semana questiona-me profundamente.
Desafia-me a escutar…
Escuta Israel…
Dou por mim a falar sozinho…
Como falas? Em que língua falas? Em que tom? De que forma? A tua palavra é uma história, ou são coisas que outros dizem? É o que está escrito ou é o que traz o vento? És sussurro ou um vendaval? Falas com uma linguagem eterna, ou de maneiras sempre novas? Quero escutar a tua voz, que me envolve e me ilumina. Que me fale tão fundo que eu não te siga sentado. Que essa voz, no meu interior, se converta em bandeira e em refúgio, em motivo e juramento…

O que é que Deus me pede hoje?
Deixo também o texto de evangelho para meditação.
Aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe:
«Qual é o primeiro de todos os mandamentos?»
Jesus respondeu:
«O primeiro é este:
‘Escuta, Israel:
O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’.
O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.
Não há nenhum mandamento maior que estes».
Disse-Lhe o escriba:
«Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele.Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».
Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe:
«Não estás longe do reino de Deus».
E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O.