O
acontecimento eucarístico revela as mais profundas experiências humanas: a
tristeza, desilusão, atenção aos outros, o convite, a intimidade e o
compromisso entre muitos outros. Resume a vida que somos chamados a viver em
nome de Deus. Só quando reconhecermos a riquíssima rede de conexões entre a Eucaristia
e a nossa vida no mundo, pode aquela ser “mundana” e a nossa vida “eucarística”.
Destaco
cinco aspectos da celebração eucarística que nos oferece o relato dos
discípulos de Emaús: a perda, presença, convite, comunhão e missão. Estes cinco
aspectos constituem uma dinâmica: passar do ressentimento à gratuidade, de um
coração endurecido a um coração agradecido. Concretizado:
- Lamentar a perda: “Senhor tem piedade de mim”;
- Discernir a presença: Palavra de Deus“;
- Convite ao desconhecido: “Eu Creio”;
- Entrar em comunhão: “Tomai e comei”;
- Partir em missão: “Ide dizer”.
Como
estes discípulos, também nós, abatidos pela dor, nos apresentamos juntos diante
de Deus para ouvir a sua Palavra e professarmos a fé, e reconhecer Jesus no
partir do pão. Da tristeza ao discernimento, do convite à intimidade e da
comunidade ao impulso de ir adiante e testemunhar, Não Nos Ardia o
Coração? convida-nos a fazer a experiência deste caminho, a compreender que o
que celebramos e o que somos chamados a viver são a mesma coisa.