Friday, September 22, 2006


O evangelho de hoje, trouxe-me à memória um texto de João Paulo II: Mulieris Dignitatem, § 16
O facto de ser homem ou mulher não comporta nenhuma limitação, tal como não limita em absoluto a acção salvífica e santificante do Espírito no homem o facto de ser judeu ou grego, escravo ou livre, segundo as palavras bem conhecidas do apóstolo: «todos vós sois um só em Cristo Jesus» (Gál 3, 28). Esta unidade não anula a diversidade. O Espírito Santo, que opera essa unidade na ordem sobrenatural da graça santificante, contribui em igual medida para o facto de que se «tornem profetas os vossos filhos» e se tornem profetas «as vossas filhas» (Jl 3,1). «Profetizar» significa exprimir com a palavra e com a vida «as grandes obras de Deus» (cf. At 2, 11), conservando a verdade e a originalidade de cada pessoa, seja homem ou mulher. A «igualdade» evangélica, a «paridade» da mulher e do homem no que se refere às «grandes obras de Deus», tal como se manifestou de modo tão límpido nas obras e nas palavras de Jesus de Nazaré, constitui a base mais evidente da dignidade e da vocação da mulher na Igreja e no mundo. Toda vocação tem um sentido profundamente pessoal e profético. Na vocação assim entendida, a personalidade da mulher atinge uma nova medida: a medida das «grandes obras de Deus», das quais a mulher se torna sujeito vivo e testemunha insubstituível.

Thursday, September 14, 2006

Transcrevo um pequeno trecho de Jean Tauler, dominicano, a propósito da festa que hoje celebramos:
«Hoje é o dia da Exaltação da Santa Cruz, cruz que merece o nosso amor, da qual esteve suspenso por amor o Salvador do mundo inteiro. Nosso Senhor disse: "Quando for elevado da terra, atrairei tudo a mim". Com isso ele quer dizer que quer atrair a si os nossos corações terrestres que estão possuídos pelo amor das coisas deste mundo; quer atrair a si a sede que temos dos prazeres e das satisfações da terra. A nossa alma, bela e orgulhosa, retida pelo gozo que tira de si mesma, pelo amor da satisfação material da nossa sensibilidade, quereria ele atraí-la totalmente - sim, para que seja assim elevado em nós e cresça em nós e nos nossos corações. Porque, para aqueles para quem Deus nunca foi grande, todas as coisas criadas são pequenas e as coisas passageiras são como nada.Esta bela cruz é Cristo crucificado elevado de forma inimaginável, bem acima de todos os santos, de todos os anjos, acima das alegrias, delícias e felicidades todas juntas. E, como a sua verdadeira morada é no mais alto dos céus, ele quer habitar no que há de mais alto em nós, isto é, no nosso amor e nos nossos sentimentos mais elevados, mais íntimos, mais delicados. Quer atrair os aspectos mais simples do nosso espírito e da nossa alma aos aspectos mais eminentes e até ele elevar tudo isso. Se o fizermos, atrair-nos-á também para a sua morada mais elevada e mais íntima... Tanto quanto eu lhe der agora o que me pertence, tanto ele me dará o que lhe pertence a ele.»