Thursday, November 16, 2006

Tendo chegado ao Horeb, Elias passou a noite numa caverna, onde lhe foi dirigida a palavra do Senhor: «Que fazes aí, Elias?» (1Re19)

Não devemos ter medo de partilhar as nossas emoções, os nossos sentimentos. Ultimamente assumo que ando muito cansado e até mesmo tristonho. Porquê? Não consigo responder a esta simples pergunta. Faz parte da minha personalidade. Algumas vezes refugio-me em mim, no meu silêncio, e não consigo perceber o que tenho.
Hoje a partir de uma passagem do livro dos Reis, e com a ajuda de alguns textos de apoio saiu esta reflexão.
Pode ser a tua voz que me envolve quando, no silêncio, sinto que não estou só.
Quando estremecem as minhas entranhas por ver a imagem dolorosa de alguém que sofre, e no meu íntimos ressoa: “é teu irmão”.
É essa emoção que em alguns momentos me leva a pensar no teu evangelho.
É esta inquietude que me impede fechar os olhos diante do mal, ainda que por vezes quisesse fazê-lo ou esquecer-me de tudo.
A alegria sensível, que por vezes faz com que se dissipem as trevas em que eu mesmo me encontro.
A Tua presença acompanha-me.
É esse espírito que me dá forças quando estava a ponto de render-me.

Alguma vez senti Deus, presente, a partir do meu silêncio?

Tenho na minha vida espaço para rezar?

7 comments:

Anonymous said...

Pergunta-nos se O sentimos presente no silencio e se encontramos espaço na nossa vida para rezar. E eu dou comigo a traduzir para mim, esse silencio como 'o espaço' que o Padre Carlos refere e que procuro para 'rezar' ou seja: O procurar. E que o mesmo, mais não é, que a minha interioridade - esse 'lugar' onde Ele se deixa encontrar. "Procura e encontrarás". Só assim, a Sua presença pode tornar-se-me real. Seja por uma ideia ou pensamento que de outra forma não me ocorreria, ou na leitura da Palavra que descubro com um novo sentido.

Nesse silêncio que passa a significar tudo menos a solidão que outros silencios podem sugerir-nos significar.

Quantas outras vezes não nos refugiamos no silencio para reflectir sobre determinado assunto que envolve alguém, e, subitamente acontece, ou o telefone tocar, ou surgir uma mensagem precisamente dessa pessoa, levando-nos a dizer: "Olha, estava neste preciso momento, a pensar em ti!".

Assim, respondo que sim, que já :)

Paulo said...

Por vezes também eu me refugiu em mim, não por medo, mais por não querer que outros sintam a minha fragilidade e se aproveitem dela.

Anonymous said...

Ás vezes falo muito, gesticulo até estar cansada,rio [com ou sem vontade], partilho interesses, desenvolvo diálogos [ou monólogos]... mas sou uma refugiada! Isto porque, por mais que 'faça barulho' preciso, acima de tudo do silêncio. E só esse me faz tomar decisões, me faz rezar, me faz procurar Deus e procurar-me. E nada me sabe melhor do que chegar a casa, ao fim de um dia 'mais-que-barulhento', e encontrar um bocadinho para mim e para Ele. Posso não ouvir tudo o que Ele tem para me dizer, mas oiço melhor!

Anonymous said...

Ó Joana não te conheço barulhenta... conheço-te ponderada, muito ponderada... Mas é o respeitinho! digo eu...:)
E para si, Padre, força! A Fé não rima com tristeza! Precisamos de Padres bem dispostos, confiantes, que nos contagiem e nos encham de coisas boas. Eu sei, todos temos os nossos dias, se temos!!!
Um abraço

Maria João said...

Esses momentos também têm um lado positivo. Também sinto isso de vez em quando. Mas, o silêncio é bom. Faz-nos pensar... Faz-nos digerir o que acabámos de experienciar.

Muitas vezes fico em silêncio, porque nem sei por onde começar. Simplesmente digo a DEus para me aceitar naquele momento e para me encher com a Sua graça.

Ele sabe como precisamos de parar e ficarmos calados de vez em quando.

Ver para crer said...

É. Há momentos de maior cansaço e desânimo.
Mas sabemos que cristo é a nossa força.

Anonymous said...

Boa reflexão...
Continua assim com estes belos textos...